"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também, viver um grande amor." Amadeus Mozart.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nada

Às vezes se é filha, irmã, amiga. Às vezes se é apenas conhecida - distante. Às vezes se é próxima, confidente. Às vezes se é doce, amarga, feliz ou triste. Às vezes se é amada, amante. Às vezes, para alguém - apesar de tudo - simplesmente não se é nada.

3 comentários:

  1. Se alguém te considerar um "nada", é porque deveria, por justa causa, não ser ninguém na sua vida.

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  2. Ninguém é "nada", ou "tudo", pra ninguém, nem pra si mesmo. Apenas estamos em eterna busca daquilo que nos falta e que imaginamos poder encontrar no outro, o depositário imaginário de nossas carências e fantasias. Se às vezes nos sentimos um "nada" para alguém, é porque nem sempre obtemos a resposta desejada do outro, para o qual voltamos nossa perspectiva, o que nos impede de perceber que essa pessoa, necessariamente, não está, pelo menos naquele momento, na mesma sintonia. Quando há um encontro coincidente, aí sim, temos a sensação de plenitude, que dá a falsa impressão recíproca de sermos "tudo" um pro outro. Às vezes, porém, nos subestimamos, ou nos boicotamos ou, ao contrário, valorizamos tão excessivamente nossa individualidade que sequer percebemos a presença de alguém ao nosso lado. Mas relacionamentos são feitos de encontros e desencontros. É um aprender e reaprender contínuos. E é essa imprevisibilidade, essa ausência de lógica, essa coisa que foge ao controle de nossos sentidos que torna a convivência uma forma tão saborosa de descoberta, do outro, e de nós mesmos.

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