Agora eu não sei mais, meu amor. Mas te amei tanto. Tão intensamente. Tão verdadeiramente. Tentei pelas maneiras que vi. Tentei todas as maneiras que vi, para te ter nos meus braços, que estiveram tão abertos, tão sempre abertos, para os seus abraços ausentes de mim. Agora eu não sei mais, meu amor. Eu te amei da forma que eu sabia; inteira, com todos os centímetros do meu corpo, com todos os “pulsares” do coração. Te amei apenas da maneira que eu podia, “por limitação humana”. Amei o amor maior que eu tinha. Amei a ti, todo o amor maior que eu tinha. Amei cada fio dos seus cabelos, as suas mãos, a sua pele, a sua voz, a sua voz... A sua boca, falando em mim. Amei também, apenas a lembrança dos seus cabelos, das suas mãos, da sua pele, da sua voz, da sua boca, falando baixinho, em mim. Amei. Amei. Amei. E amei com tanta força, que eu não sabia de onde vinha. Amei mais até, do que devia. Do que podia. Amei como amavam os nossos ancestrais. Te amei como um vício - quanto mais amava, mais sentia necessidade de tragar do meu próprio amor - por ti. Te amei desesperadamente, prematuramente, talvez. Mas te amei. E segui te amando por um tempo infinito, na minha descoberta de amar de verdade. E segui por um tempo infinito, com o meu amor incompreendido. Segui por um tempo infinito, com o meu amor imaturo, mas, seu. Todo o meu amor imaturo, era seu. Amei até me perder, e me achar de olhos fechados, vivendo o desejo que me cobria de você e da sua boca em mim. Eu desejava, de noite, a sua boca em mim. De dia também. Eu desejei por um tempo infinito. Agora eu não sei mais, meu amor. “Não quero te esquecer, mas já fiquei tão longe”. O meu amor, que era seu, de repente se liberta sem avisar, assim como chegou e se prendeu. E me prendeu. Vai ficando no caminho e apagando o desejo, o cheiro, o toque, um pouquinho a cada dia, pra me permitir te amar por mais tempo, meu amor. E agora eu vou te "desamando", equilibradamente. Com todo o equilíbrio que pode ter me faltado ao te amar. E enquanto eu te esqueço devagar, porque o meu peito descobriu uma segurança em te amar de graça, “canto; de sede dos teus lábios”, mas te "desamo" calmamente, como quem adormece, numa cantiga de ninar. Como quem adormece o amor, numa cantiga de ninar. Te esqueço calmamente, te "desamando" devagar.
A sua... Com amor.
A sua... Com amor.
Eu sinto tantas coisas que não dá pra resumir.
ResponderExcluirE eu sinto tanta coisa, que até me perco nesse emaranhado de "sentires".
ResponderExcluirgenial.
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