Quanto disso tudo que eu acabo de ler, é verdade? Quanto de verdade cabe em você? Eu leio estes seus sentimentos e fico atordoada, porque ficou tão difícil de acreditar nas suas palavras, nas suas verdades distantes, na completa falta de sincronia entre as suas palavras e as suas ações. A culpa é sua, “quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade”, lembra? Você lembra? Sabe, eu tenho me preocupado muito, com você. Muito mesmo. Com tudo o que eu sei que você tem feito, com a forma atrapalhada com que você tem cuidado de si, depois de nós. Ou melhor, com a forma atrapalhada que você não tem cuidado. Não tem cuidados... Ler tudo isso, me traz uma culpa que eu não deveria ter. Eu fiz o que estava ao alcance das mãos. Eu ia cuidar de você. Eu quis cuidar de você, você sabe disso. “O fato é que nem eu sei em que momento me perdi - nesse abismo de escolhas tão antagônicas” O que é verdade aqui? E aqui: “Dói ver que isso sempre esteve aqui”? Você é, de fato, antagônica: nos fez e desfez, me achou e me perdeu, mas qual é a verdade contida no resto das suas linhas escritas? Meu peito grita, numa mistura louca de “sentires” quando te leio dessa maneira. Eu já te disse que o amor é uma construção, você quebrou o meu edifício na base. Conheceu muitos dos meu pensamentos, sabe quem eu sou, como eu vivo, a forma exata das minhas ideias, acerca da vida, porque tínhamos tempo para as descobertas mutuas. Pare um pouco para pensar. Pare com isso tudo. Isso que você tem feito, é uma grande falta de respeito – com você. Como eu posso esperar que você me respeite, se você não se respeita, primeiro? Lembra quando eu disse que sabia das coisas? Eu continuo sabendo, apesar de não buscar, apesar de fechar os ouvidos, na hora dos detalhes e tudo continua me descendo rasgando. A pessoa que você se transformou me deixa incrédula e me desce rasgando. Não adianta, não dá pra consertar um erro, cometendo outros tantos. Você está errando com você. A sua cabeça não apreendeu isso ainda, e eu acabo inserida – sem querer – em toda essa sua confusão. “Viva isso”, é o que eu continuo dizendo ser a solução, para você, mas eu começo a achar, que não é simplesmente um momento seu. Começa a me parecer que você acostumou com as fugacidades. Na verdade, me parece que você as usa, para suprir as lacunas existentes, aí por dentro. Eu intrigo você, não é? Porque eu conheço bem demais o caminho que percorrem os seus pensamentos. Eu intrigo muito, você. Talvez por isso, você não tenha se libertado de mim, ainda. Eu estou absolutamente certa de que é isso. O meu coração é muito equilibrado, ele não quer mais o que causa dor, mas independente de mim, se resgate. Por favor, se resgate. Eu prezo por você. Prezo pelo seu corpo, mente e coração – sãos. Quando você diz: “Não quero que tudo o que se passou se perca no tempo. Não quero que você se perca. Sabe, você pode até se perder de mim por um tempo, mas, por favor, não se perca para sempre, sim?”. Estas palavras escritas, estão em pleno acordo, com as minhas palavras. Mas, por favor, resgate aquelas suas lágrimas - verdadeiras - de carnaval.
Com enorme carinho, sempre.