"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também, viver um grande amor." Amadeus Mozart.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Talvez eu não te deixe ir



Não se perca no tempo, me fale de você
Hoje eu quero te ter comigo
Eu saí por aí, quase sem acreditar
Nas verdades que eu mesma digo
Eu olhei e só vi você
Insisti pro tempo parar
Tempo gira o ponteiro
Te quero olhando o mar
Um detalhe que um dia vão
Não previa e sem avisar
Eu te vi, sem sentir, buscando o meu olhar
E o amor pode acontecer
Se o meu vento o seu céu soprar
Os meus braços abertos, queriam te encontrar
Eu tentava me convencer
De que não ia acordar
Sonho certo, desperto
Sem medo de errar
Ah, que bom te achar
E dessa vez, assim num dia tão normal
Deixar pra traz o que se fez
Viver um sonho mais real
Ah, que a noite possa me levar
Ou te trazer até aqui
Agora eu quero te abraçar
Talvez eu não te deixe ir. 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lágrimas de carnaval

Quanto disso tudo que eu acabo de ler, é verdade? Quanto de verdade cabe em você? Eu leio estes seus sentimentos e fico atordoada, porque ficou tão difícil de acreditar nas suas palavras, nas suas verdades distantes, na completa falta de sincronia entre as suas palavras e as suas ações. A culpa é sua, “quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade”, lembra? Você lembra? Sabe, eu tenho me preocupado muito, com você. Muito mesmo. Com tudo o que eu sei que você tem feito, com a forma atrapalhada com que você tem cuidado de si, depois de nós. Ou melhor, com a forma atrapalhada que você não tem cuidado. Não tem cuidados... Ler tudo isso, me traz uma culpa que eu não deveria ter. Eu fiz o que estava ao alcance das mãos. Eu ia cuidar de você. Eu quis cuidar de você, você sabe disso. “O fato é que nem eu sei em que momento me perdi - nesse abismo de escolhas tão antagônicas” O que é verdade aqui? E aqui: “Dói ver que isso sempre esteve aqui”? Você é, de fato, antagônica: nos fez e desfez, me achou e me perdeu, mas qual é a verdade contida no resto das suas linhas escritas? Meu peito grita, numa mistura louca de “sentires” quando te leio dessa maneira. Eu já te disse que o amor é uma construção, você quebrou o meu edifício na base. Conheceu muitos dos meu pensamentos, sabe quem eu sou, como eu vivo, a forma exata das minhas ideias, acerca da vida, porque tínhamos tempo para as descobertas mutuas. Pare um pouco para pensar. Pare com isso tudo. Isso que você tem feito, é uma grande falta de respeito – com você. Como eu posso esperar que você me respeite, se você não se respeita, primeiro? Lembra quando eu disse que sabia das coisas? Eu continuo sabendo, apesar de não buscar, apesar de fechar os ouvidos, na hora dos detalhes e tudo continua me descendo rasgando. A pessoa que você se transformou me deixa incrédula e me desce rasgando. Não adianta, não dá pra consertar um erro, cometendo outros tantos. Você está errando com você.  A sua cabeça não apreendeu isso ainda, e eu acabo inserida – sem querer – em toda essa sua confusão. “Viva isso”, é o que eu continuo dizendo ser a solução, para você, mas eu começo a achar, que não é simplesmente um momento seu. Começa a me parecer que você acostumou com as fugacidades. Na verdade, me parece que você as usa, para suprir as lacunas existentes, aí por dentro. Eu intrigo você, não é? Porque eu conheço bem demais o caminho que percorrem os seus pensamentos. Eu intrigo muito, você. Talvez por isso, você não tenha se libertado de mim, ainda. Eu estou absolutamente certa de que é isso. O meu coração é muito equilibrado, ele não quer mais o que causa dor, mas independente de mim, se resgate. Por favor, se resgate. Eu prezo por você. Prezo pelo seu corpo, mente e coração – sãos. Quando você diz: “Não quero que tudo o que se passou se perca no tempo. Não quero que você se perca. Sabe, você pode até se perder de mim por um tempo, mas, por favor, não se perca para sempre, sim?”. Estas palavras escritas, estão em pleno acordo, com as minhas palavras. Mas, por favor, resgate aquelas suas lágrimas - verdadeiras - de carnaval.


Com enorme carinho, sempre.

domingo, 15 de agosto de 2010

Te "desamando" devagar

Agora eu não sei mais, meu amor. Mas te amei tanto. Tão intensamente. Tão verdadeiramente. Tentei pelas maneiras que vi. Tentei todas as maneiras que vi, para te ter nos meus braços, que estiveram tão abertos, tão sempre abertos, para os seus abraços ausentes de mim. Agora eu não sei mais, meu amor. Eu te amei da forma que eu sabia; inteira, com todos os centímetros do meu corpo, com todos os “pulsares” do coração. Te amei apenas da maneira que eu podia, “por limitação humana”. Amei o amor maior que eu tinha. Amei a ti, todo o amor maior que eu tinha. Amei cada fio dos seus cabelos, as suas mãos, a sua pele, a sua voz, a sua voz... A sua boca, falando em mim. Amei também, apenas a lembrança dos seus cabelos, das suas mãos, da sua pele, da sua voz, da sua boca, falando baixinho, em mim. Amei. Amei. Amei. E amei com tanta força, que eu não sabia de onde vinha. Amei mais até, do que devia. Do que podia. Amei como amavam os nossos ancestrais. Te amei como um vício - quanto mais amava, mais sentia necessidade de tragar do meu próprio amor - por ti. Te amei desesperadamente, prematuramente, talvez. Mas te amei. E segui te amando por um tempo infinito, na minha descoberta de amar de verdade. E segui por um tempo infinito, com o meu amor incompreendido. Segui por um tempo infinito, com o meu amor imaturo, mas, seu. Todo o meu amor imaturo, era seu. Amei até me perder, e me achar de olhos fechados, vivendo o desejo que me cobria de você e da sua boca em mim. Eu desejava, de noite, a sua boca em mim. De dia também. Eu desejei por um tempo infinito. Agora eu não sei mais, meu amor. “Não quero te esquecer, mas já fiquei tão longe”. O meu amor, que era seu, de repente se liberta sem avisar, assim como chegou e se prendeu. E me prendeu. Vai ficando no caminho e apagando o desejo, o cheiro, o toque, um pouquinho a cada dia, pra me permitir te amar por mais tempo, meu amor. E agora eu vou te "desamando", equilibradamente. Com todo o equilíbrio que pode ter me faltado ao te amar. E enquanto eu te esqueço devagar, porque o meu peito descobriu uma segurança em te amar de graça, “canto; de sede dos teus lábios”, mas te "desamo" calmamente, como quem adormece, numa cantiga de ninar. Como quem adormece o amor, numa cantiga de ninar. Te esqueço calmamente, te "desamando" devagar.

A sua... Com amor.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nada

Às vezes se é filha, irmã, amiga. Às vezes se é apenas conhecida - distante. Às vezes se é próxima, confidente. Às vezes se é doce, amarga, feliz ou triste. Às vezes se é amada, amante. Às vezes, para alguém - apesar de tudo - simplesmente não se é nada.

domingo, 1 de agosto de 2010

Dentro de mim




Nada consigo dizer que não remeta a você
Nada consigo pensar que não te lembre um pouco mais
Se entro em qualquer carro, qualquer quarto tem você
No cheiro do cigarro que você diz não querer
Alguém me bate à porta e eu insisto em não abrir
Meias verdades tortas, eu não quero mais ouvir
Sufoco o pensamento, mas em qualquer vento ele vem
O vestido que me toca, depois de você não quis tocar ninguém
Clareia lá fora o dia, cores das flores de cetim
Te enxergo pelo avesso, por fora e por dentro de mim
O meu cheiro te avisa que eu não estou tão longe assim
Queria ter teu cheiro me tragando até o fim
Quanto mais o tempo passa, mais preciso te encontrar
Não importa quanto eu corra, um dia sei, vou te alcançar