Quando os sorrisos contaram mais do que as lágrimas, e cada gota fez-se alento em mim, meu inquieto semblante se abriu. Cada gota passada, serviu para soprar a toada - que hoje se faz bela, nos meus mais profundos mistérios guardados - ainda que só toque baixinho. O jeito é romper o surdo silêncio das preces cansadas, decoradas e quase ausentes de valor, rasgar os mares das águas passadas, sorrir em oração sem métrica ou rima, se assim, os sons se gostarem. A minha regra me encanta e canta cada instante do dia, pela falta de regras. Não podo pudores, palavras, desgostos, saudades. Não anulo desejos, nem apago o passado, são passos na estrada, para cada sorriso meu. Sou livre e canto. Canto quem foi importante, canto quem já é, ou quem, para sempre me será. E que perdure o significante, e o significado que acho. Sem regras, sorrisos me cantam, e encantam por poderem voar. Estou livre, e liberto por qualquer razão, sou livre, e eternizo por qualquer toada.